Foto Cecília Bastos / Jornal USP
Foto Cecília Bastos / Jornal USP
O segundo eixo do projeto dedica-se à compreensão da prática da criação sonora no teatro a partir das seguintes interrogações: 1) Quais os elementos sonoros de um espetáculo? 2) Quem são os(as) criadores(as) desses elementos? 3) Que documentos sonoros de um espetáculo são produzidos durante o processo de criação e a posteriori? 4) Como ler esses documentos? Para responder tais questões, nosso ponto de partida são metodologia do estudo de processos de criação como um todo já existentes – a genética da criação (Grésillon et al., 2010) e a crítica de processo (Salles, 2000) – que serão adaptadas para as especificidades da questão sonora. Este segundo eixo é fundamental não só para abordar o acervo de Tunica Teixera, mas também para que se possa compreender as cadeias de documentos gerados durante o processo criativo (anotações em textos, cadernos de encenadores e sonoplastas, roteiros de operação de som etc.). O estudo visa fazer o levantamento dos tipos de documentos relevantes para um arquivo sonoro de teatro, analisar estes diferentes documentos e estabelecer relações entre cada um deles.
A composição sonora de um espetáculo é polifônica, ou seja, ela é composta a muitas mãos por músicos(as), sonoplastas, atores e atrizes, dramaturgos(as), tradutores(as), diretores(as) etc. Dada a vastidão deste campo, não temos a pretensão de fazer um trabalho exaustivo, mas de fornecer as primeiras pistas, modelos e referências para estudos futuros. Também fica evidente a necessidade de uma grande equipe composta por integrantes com conhecimentos complementares (pesquisadores(as) de teatro e música, técnicos(as) de som, engenheiros(as), artistas), além de bolsistas de graduação e pós-graduação responsáveis pelo levantamento de novos dados através do acompanhamento da integridade de processos criativos, o que será fundamental para a compreensão da produção de documentos. Além disso, a equipe do projeto conta com a participação de Marie-Madeleine Mervant-Roux, uma das principais referências tanto da questão do som do teatro quanto genética teatral, coautora de Genèses théâtrales (2010) – junto com Almuth Grésillon e de Dominique Budor – e de Le son du théâtre (XIXe – XXIe siècle) (2016) – junto com Jean-Marc Larrue.