Amanda Ferraresi
Pesquisadora Associada
Pesquisadora Associada
Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo
Indicada ao Prêmio Shell de Teatro de Melhor Execução Musical em 2023, Amanda Ferraresi é mestranda em Artes Cênicas e bacharel em violoncelo pela Universidade de São Paulo (USP), sendo orientada pelo professor Robert Suetholz (EUA). Iniciou seus estudos musicais aos 5 anos de idade e aos 10 anos, passou a estudar violoncelo no Conservatório Carlos Gomes, em Campinas (SP). Durante seus estudos de música erudita, integrou diversas orquestras jovens, como a Orquestra Jovem de Paulínia (2012) e a Orquestra Jovem de Guarulhos (2016). Em 2015, foi co-fundadora e integrante da Camerata Profana, coletivo de música contemporânea premiado pela XXI Bienal de Música Brasileira Contemporânea, no Rio de Janeiro. Foi pesquisadora musical e roteirista de programas de rádio na Rádio USP (2017-2019). Atualmente, desenvolve pesquisas de música popular brasileira instrumental e trabalha com grupos teatrais desde 2014, atuando como violoncelista e co-diretora musical em companhias como Os Satyros, na peça “Pessoas Perfeitas”; na Coletiva Wonder, na peça “Wonder!! Vem pra Barra Pesada”; e no Teatro Oficina Uzyna Uzona, em “O Bailado do Deus Morto”, de Flávio de Carvalho e direção de Marcelo Drummond, “Esperando Godot”, de Samuel Beckett e na peça “Roda Viva”, texto de Chico Buarque e ambos com direção de José Celso Martinez Corrêa.
Título e resumo do projeto associado/vinculado:
A influência de Heitor Villa-Lobos no Teat(r)o Oficina Uzyna Uzona: análise da devoração do compositor no espetáculo Macumba Antropófaga
Este estudo dedica-se à análise do processo de criação sonora de uma das companhias de teatro mais relevantes e longevas do país. Embora exista uma quantidade significativa de pesquisas sobre o Teatro Oficina, nenhum estudo se concentra em sua identidade sonora, apesar de o som ter um papel estruturante nos espetáculos da icônica companhia de José Celso Martinez Corrêa, que denominava suas peças “óperas de carnaval”. Um caminho para compreender a linguagem e as escolhas estéticas e sonoras da companhia paulistana é através do estudo do encontro antropofágico entre o Teatro Oficina e o compositor modernista brasileiro Heitor Villa-Lobos (1887-1959). Um espetáculo essencial para observar essa influência do compositor sobre a companhia é “Macumba Antropófaga” de 2011, remontado em 2017, cujo mote de criação foi a obra villa-lobiana “Choros no 10 - Rasga Coração”, que se tornou a “célula-tronco embrionária da companhia, revolucionando o trabalho de coro do Oficina pela complexidade da música” (A Bigorna, 2017, p. 6). Desde então, obras do compositor passaram a ser incorporadas em todos os espetáculos dirigidos por Zé Celso. Para compreender como o Teatro Oficina transformou sua identidade sonora a partir da influência de Villa-Lobos, iniciaremos com a reunião e organização dos registros disponíveis da peça, elencando as composições utilizadas e suas respectivas cenas. Em seguida, realizaremos uma série de entrevistas com diretores musicais, atores e músicos que trabalharam as obras de Villa-Lobos no processo de criação e nas apresentações de “Macumba Antropófaga”. A partir desse material, será possível analisar como o Teatro Oficina se apropria das composições no processo criativo, seus impactos na cena e as transformações no pensamento musical da companhia. Este estudo contribui para uma nova linha de pesquisa voltada ao estudo da dimensão sonora do teatro, disponibilizando para eventuais pesquisadores e artistas um material rico em criação artística, gerando documentação a partir de entrevistas sobre o processo criativo, tornando-se um documento histórico importante para futuras pesquisas e um dos primeiros estudos focados na música produzida no Teatro Oficina.
amandaferraresi.n@gmail.com